quinta-feira, novembro 02, 2006

Todas as belezas do mundo


As palavras que troquei com um amigo ainda este ano (2006, certo?... sim, sim, 2006) estao, de fato, se concretizando por estas bandas de ca. Conversavamos sobre o aprendizado de uma nova lingua e sobre como o processo se assemelha a algo parecido com a descoberta de um novo mundo.

Tenho experimentado exatamente isso: a partir do momento em que voce deixa de enxergar o aprendizado ou aprimoramento de uma lingua estrangeira como mero processo de melhoria de seu "arsenal comunicativo" e passa a encarar cada palavra e expressao aprendida como uma porta ou janela aberta - ate mesmo uma brecha - seu mundo tem a doce e cruel capacidade de, pelo menos, duplicar de tamanho.

Doce porque toda hipotese de descoberta traz em si o gosto prazeroso do algo novo, do impensado, do ainda-nao-visto ou nao observado. Cruel porque, acostumados a viver em nosso proprio - e muitas vezes pequeno - mundo, a descoberta de um outro mundo com todas as singularidades, regras e execoes, encantos e disparidades que sao proprios de cada mundo pode exigir de nossa mente, coracao e espirito uma elasticidade alem do normal. E esse processo de expansao/alongamento, como acontece com o proprio corpo humano, pode gerar desconforto e, em alguns casos, caibra. Mas depois passa.

Trabalhando boa parte das minhas manhas em cima de pesquisas sobre eventos que acontecem em Toronto, nao percebi ao certo quando aconteceu a mudanca: deixei de ler com a simples finalidade de adquirir informacoes para transmitir aos editores do jornal matutino e passei a ler e pesquisar pelo puro prazer de conhecer Toronto e suas diversas manifestacoes. E acreditem: essas nao tem fim...

Acredito, mais do que nunca, que a melhor forma de se conhecer uma cidade e andando a pe por suas ruas, eventualmente se perdendo e pedindo informacoes para os que cruzam seu caminho. Funciona muito bem, mas nem sempre isso e possivel. Toronto e uma cidade imensa, com uma diversidade cultural mais vasta ainda. E, definitivamente, o limite diario de 24 horas somado as baixas temperaturas (no inicio do dia, -2ºC, agora, 2º), dificulta um pouco essa caminhada descompromissada em busca de novas coisas para ver, sentir, comer, fotografar e experimentar. Por isso, a internet surge como ferramenta indispensavel para infinitos passeios virtuais por essas bandas - pelo menos virtuais pra inicio de conversa, ou jornada.

Um exemplo: um dos inumeros wesbites sobre eventos culturais na cidade traz na home um poema sobre charutos e, la no meio, uma pagina sobre arte contemporanea que te leva para outro site que tem um texto otimo sobre um artista cubano, que esta com uma exposicao muito legal no Royal Ontario Museu. No site do museu, voce acha uma secao sobre arquitetura moderna em Cuba e descobre que, na cafeteria que voce foi na semana passada, as fotos na parede eram, de fato, como voce comeca a supor, desse mesmo cara que esta com a exposicao no ROM. Mas nada de charutos cubanos. Entendeu? Se sim, me explica, eu ainda estou tentando.

Toronto - e todo lugar por onde passamos com os olhos realmente abertos - e meio assim: quando voce acha que esta chegando em algum lugar, descobre que, na verdade, esta na metade de outro caminho. Ajam olhos para ver, perna para caminhar e alma para aguentar.

Ja decidi e providenciei o necessario para estender a minha estada aqui no Canada um mes alem do previsto. Mas, ainda sim, nao e suficiente. Nao e possivel conhecer um novo mundo em 4 semanas adicionais. Seja atraves de passeios virtuais, reais ou da mistura dos dois. O tempo, definitivamente, nao e suficiente para vermos todas as belezas do mundo.

>>> O nome do artista cubano que mencionei e Carlos Garaicoa, e a foto no alto, tirada no ROM, e de uma parte da exposicao dele. As pecas sao feitas de papel de arroz, aco, fios eletricos e bulbos. (foto: www.rom.on.ca).

7 notas:

Anonymous Anônimo disse:

Das ist meine Frëunde. Sehr gut Text. Hast du erhalten der Kanadier ich auch sprecht du ungefähr?

Kuß!!

9:06 AM  
Anonymous Anônimo disse:

Ah Ricardo, tá bom, sei... Isso está me cheirando é mais Babel Fish do que qualquer outra coisa tá bom!!!!! Humf!
Après tout, tu a reçu ou non Pri ?
Tá vendo! Até eu fico boa em janelas assim! Quer dizer Windows! Quer dizer, Línguas. Peraí, me perdi! Essa coisa de língua faz a gente se enrolar né Pri! Quando eu tava lá no O-hio-que-os-parta eu me sentia como um bebê, aprendendo simplesmente a falar. E como isso exige de nós!
Bom, continua abrindo suas Windows Pri! Descobrindo as maravilhas Kanadier!!! Mas o Ricardo né, fazer o que? Ele gosta mais é do Linux, e eu num falo língua de Pinguim.
Adios!

4:17 PM  
Blogger Priska disse:

Meu Deus, voces sao assim mesmo? Que medo de voltar prai...

5:33 PM  
Anonymous Anônimo disse:

mari, como vc sabe que se sentia como um bebê se vc não se lembra de como é ser um bebê?

ça seulement n'a fait pas de sens... ich verstehe nicht! bitte wiederholen.

e pri... you haven't seen anything yet!

e mari: "in a world without walls or fences, why the fucking hell tho we need windows or Gates?"

e pras duas:
The book is on the table
Das buch ist auf dem tische!
Le livre c'est sur la table!

besitos!
Ricardo, o troglodita

7:40 PM  
Blogger Priska disse:

O, Richard, mas ce ta bem, ne?...
;P

Ow, nossas tercas cults tinham que ser aqui...

5:00 PM  
Anonymous Anônimo disse:

eu já sabia...
vc vai ficar mais aí né sua danada!!!
vc está numa república? onde está morando?
pode ficar tranquila que, pelo que eu te conheço, sua mente é elástica o bastante para caber até uma toronto ai dentro!

11:35 AM  
Anonymous Anônimo disse:

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

5:50 PM  

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